edição e revisão: Marsel Botelho
Vitalidade e voz em prol da canção
Salve
os deuses da canção por conservar a voz e a inquietude desta mulher Claudette
Colbert Soares, nascida no Rio de Janeiro, em 31 de outubro de 1937, de nome
artístico Claudette Soares. São 80 anos bem vividos e mais de sessenta anos de
carreira. Lançando seu décimo sétimo álbum, Canção
de Amor, a cantora carioca nos brinda com a beleza e o vigor de seu canto.
Produzido pelo jornalista Thiago Marques Luiz, o CD tem o selo de qualidade da
gravadora Kuarup. O álbum, composto de 21 músicas distribuídas em 12 faixas,
tem a direção musical, arranjos e piano de Alexandre Vianna.
Inspirado
no livro A Noite do Meu Bem, do
jornalista e escritor Ruy Castro, Claudette mergulha no oceano do samba-canção
e emerge dele com um repertório de clássicos datados dos anos 50, 70, 80 e 90.
Mesmo com o passar do tempo, a voz da Diva da Bossa Nova mantém-se intacta, firme,
límpida e carregada de emoção. Esse disco já nasceu clássico, obrigatório para
os conhecedores e amantes da música brasileira, que o terão em sua CDteca. Sofisticado desde o repertório
até a capa, o encarte exclusivo ganha ilustração de Rosana Alencar Ribeiro, a
partir das fotos e produção de Murilo Alvesso.
Como
passar por essa vida e não ouvir nem conhecer a talentosíssima e detentora de
uma simpatia ímpar, Claudette Soares? Há mais de seis décadas vem contribuindo
com sua arte para a grandeza da música popular brasileira. Em Canção de Amor, a cantora empresta a voz
e canta nomes como Maysa, Dolores Duran, Tom Jobim, Chico Buarque, João Donato
e Cristóvão Bastos. Esse resgate deixa claro que os grandes selos
multinacionais não podem deixar de investir em nossos grandes ícones musicais,
assim como vem consolidar o trabalho incansável de Thiago Luiz. Também se deve aplaudir
a louvável iniciativa da gravadora e selo Kuarup, através de seu diretor
artístico Rodolfo Zanke, que viabiliza projetos dessa monta, concretizando-os
com qualidade inquestionável. Toda essa vitalidade que a artista nos passa
certamente deve-se ao fato de amar profundamente o que faz, combustível essencial
que a fez percorrer, sempre com qualidade, sua longa e vitoriosa trajetória
musical.
A
audição começa arrebatadora com A noite
de meu bem (1959 – Dolores Duran), Foi
Assim (1957 – Tom Jobim/Milton Mendonça) e Fim de Noite (1960 – Chico Feitosa/Ronaldo Boscoli). Essa tríade
sonora vai proporcionar uma viagem regada a saudades para os mais maduros; aos
jovens ouvintes é a oportunidade de ouvir canções que atravessaram o tempo e
ainda continuam essenciais. A faixa dois traz a composição que dá título à essa
vital obra de arte sonora, Canção de Amor
(1950 – Chocolate/Elano de Paula). Esse trabalho é necessário ouvi-lo,
prestigiá-lo, um disco que veio fazer história. Sem dúvida, oportuno, como o
faz Claudette Soares, é decantar a vida e exultar dela suspiros de exaltação. É
preciso aplaudi-la de pé.
Para
saber mais, você pode comprar o CD nas melhores casas do
ramo ou ouça-o nas plataformas digitais. Extremamente emocionado, encerro aqui.
Obrigado, Claudette Soares!
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